quinta-feira, agosto 31, 2006
Ilusões
Como comentei no blog dela:
“As ilusões, e não só as de óptica, são aquelas que nos fazem pensar em dar o primeiro passo para conhecer uma pessoa, ou alguma coisa, ou algum lugar, etc... Qual seria a piada se tudo estivesse a nu? Qual seria a piada da primeira ser a única (porque seriam todas iguais) visão que temos sobre determinada pessoa ou coisa?
Não tinha piada! Tudo seria descoberto com um simples olhar.
Vale a pena ter ilusões para existir o sonho, para existir a surpresa, para existir a forma inesquecível que nos lembramos daquela pessoa singular.”
Porém depois de pensar sobre o assunto tentei arranjar duas formas de expressar diferentes situações de ilusão.
A surpresa pela negativa:
Por vezes quando conhecemos alguém, aquilo que vemos é um lindo botão de rosa. Ficamos logo fascinados, com vontade de o colher e de ficar com ele para nós. Depois, quando nos aproximamos vemos que afinal uma outra pétala está a cair, que uma está partida e outra a apodrecer. E normalmente quando nos amarramos é que sentimos os verdadeiros espinhos.
A surpresa pela positiva:
De certeza que já vos aconteceu de terem conhecido alguém e a primeira sensação ser: esta pessoa é uma escuridão, não passa de uma sombra. Normalmente fugimos, afastamo-nos com o medo ou pelo simples facto de gostarmos mais de botões de rosa do que de sombras. A diferença aqui, está em não procurar o que está na sombra, mas sim desviar um pouco o olhar. Acreditem que por vezes vamo-nos surpreender, quando virmos que essa sombra é causada por uma linda árvore pertencente a um jardim cheio de botões de rosa.
Moral: as ilusões servem para nos cativar, ou afastar de alguma coisa, ou de alguém, porém temos de ser sábios e perspicazes para entender quando essa ilusão se aproxima ou não daquilo que realmente ilude, ou então se não passa de um ângulo mau que escolhemos para ver alguém.
Como diriam na rádio: “Já agora, vale a pena pensar nisto”. :)
xpto
terça-feira, agosto 29, 2006
Palavras ao vento
Queria-te ver e sentir
Ler-te tudo o que escrevi
E ter mais motivos para sorrir
Mais uma vez não estavas
E fiquei outra vez só
Foi então que descobri
A forma de desatar este nó
A forma que descobri
Não me faria perder tempo
Eu atiraria palavras ao ar
Quem tas levaria seria o vento
A brisa que hoje sentiste
Eram sussurros meus ao ouvido
Dizendo tudo aquilo que sinto
Tudo que alguma vez havia sentido
Depois de certeza que sentiste
Que a brisa arrefeceu
Eu disse-te que me sentia só
E vento percebeu
Percebeu que preciso de ti
Como o reino de sua majestade
Responde de presa por favor
Antes que o vento vire tempestade
Se responderes e sentires
Que o vento está a acalmar
Fecha os olhos e pensa em mim
E irás ouvir-me a falar
Se não responderes
E sentires que a tempestade passou
Não chores, não fiques triste
Foi apenas alguém que se suicidou
29 de Agosto de 2006 @ Royal
segunda-feira, agosto 28, 2006
6 sentidos
Acendi a luz excitado,
Mas reparei que estava só,
Não estavas a meu lado.
Triste, fechei os olhos!
Senti o toque da tua mão,
Voltei a abrir os olhos
Para ter nova desilusão.
Decidi levantar-me da cama
E ouvi-te chamar por mim.
Estou a dar em tolo, pensei!
Mas gosto de me sentir assim
Engoli em seco
E acho que senti o teu sabor
Não o conheço, mas sei que
Deve ser mais suave que um licor
Olhei para o espelho
E vi-te a meu lado a sorrir
É assim que quero estar contigo
Feliz, a teu lado, sempre a rir
Toda esta forma de te sentir,
Não passa de uma ilusão.
A culpa é do sexto sentido
Que dá pelo nome de paixão!
28 de Agosto de 2006
domingo, agosto 27, 2006
Serenata
Só para ti meu bem
Pois para mim só existe tu
Só tu e mais ninguém
Tentei tocar-te uma serenata
Mas não encontrei um instrumento
Que tivesse o som suave
E apaixonado do meu sentimento
Tentei tocar-te uma serenata
Mas fiquei afónico, sem voz
Incapaz de cantar para ti
Para mim ou para nós
Tentei tocar-te
Tocar-te uma serenata
Sem medo sem tabu
Mas descobri
Que essa serenata
Eras tu
26 de Agosto de 2006 @ Royal Barcelos
sexta-feira, agosto 25, 2006
Timidez
Prometi a mim próprio que o próximo texto o iria escrever junto a ela, ou a olhar para ela. Não fui capaz! Mais uma vez falhei.
Este texto escrevi-o mais ou menos há trinta minutos, a olhar para o sítio onde ela estava a cerca de 3 horas. Sou assim, tímido, quem me conhece não acredita, mas é verdade. Estou perto de cometer suicídio, não o quero fazer, mas quem eu quero, não me quer matar.
Estou farto de mim
Estou cheio de ser assim
Estive hoje a teu lado
E senti-me só, apagado
Nem sequer um simples olá
Te fui capaz de dizer
Olhei para ti e lembrei-me
Que de ti não me quero esquecer
E no fim da noite o sentimento é
Só mais uma semana sem te ver
Só mais uma semana xpto
Ou só mais uma para te perder
Preciso que me digas algo
Preciso de um sim, não ou talvez
Preciso de me libertar
De perder esta timidez
25 de Agosto de 2006 @ Turismo
PS: Depois de escrever este texto disse-lhe quem era eu (por mensagem hi5). Disse-lhe só a ela, porque não a quero expor. Não é a minha exposição que me preocupa, pois eu estou exposto há demasiado tempo, mas sim a exposição dela…
Se um dia eu me suicidar, não chorem, foi apenas decisão minha, foi apenas uma opção de vida...
quinta-feira, agosto 24, 2006
Inquietude
Inquietude
Sentimento que vem do coração
Que muitos confundem com amor
Mas que na verdade é paixão
É assim que me sinto
Inquieto
Com vontade de tudo conquistar
Para me sentir mais completo
Mais completo de amor
De carinho, de compreensão
Ou então apagar para sempre
Essas palavras do meu coração
Mas se as apagar
Acaba-se a minha juventude
Cometendo suicídio mesmo ali
Acabando com a minha... inquietude
24 de Agosto de 2006
PS: Obrigado “fana”
A tua imagem
Hoje quis explorar-te,
Analisar até ao pormenor
Toda a tua beleza,
Todo o teu exterior.
Assim, e como não estavas aqui,
Decidi pegar na tua fotografia,
Aquela que tens no hi5
Junto á minha poesia.
Quero que saibas que para mim
Estás sempre fabulosa,
Mas nesta estás ainda mais,
Estás simplesmente formosa
Comecei por me perder
No teu sorriso maravilhoso,
E depois contei os teus cabelos.
Demorou, mas deu-me gozo.
Rodei a cabeça,
E fiquei horas a olhar para ti,
Perdi-me nos teus olhos,
Na imensidão daquilo que vi.
Depois de analisada
Toda em pormenor
Decidi ver com calma a imagem
Como um grande admirador
Quero que saibas que essa imagem
Tem cento e vinte mil pedaços
Que espero ser o número
Que eu te dê de abraços
Teu sorriso tem apenas
Dois mil e quatrocentos bocadinhos
Mas mesmo assim é enorme
E pede muito mais beijinhos
Poderia falar-te horas
De cada um dos pedaços da imagem
Mas há tanto para dizer que
Teria de criar uma nova linguagem
24 de Agosto de 2006
quarta-feira, agosto 23, 2006
Porquê diário d’um suicida?
As pessoas que me conhecem, têm todas comentado, quer por comentário ao blog, quer pessoalmente, que o nome do blog não é lá muito, como é que eu hei-de dizer... simpático.
Pois bem, eu fiquei de dar uma explicação e aqui vai.
Porquê diário d’um suicida?
O nome inicialmente seria “devaneios” ou “quimeras”, mas como esses nomes já estavam ocupados, assim surgiu diário d’um suicida.
A parte do diário porque espero que isto reflicta o que vivo no dia a dia, não será aqui que venho dizer todos os dias o que se passou, mas virei de vez em quando mostrar o que sinto. O que sinto por alguém especial, ou por alguma coisa…
Nesta fase do meu blog, eu quase que poderia chamar ao blog, “tributo”, por ser isso que estou a fazer alguém, ou então “salina” (mas esse é a minha cabeça pois é lá que ela mora :)).
Suicida! Suicida porque a pessoa que escreve este blog, além de ser alguém que eu gosto muito, alguém que se ri, alguém que tem motivos para todos os dias sair de casa a correr, alguém que não tem medo de expressar (mesmo que como anónimo – prometo que um dia resolvo isso), é uma pessoa muito triste, com um vazio enorme, não por dentro, mas sim por fora, por não ser correspondido, ou melhor por não ser compreendido...
E essa pessoa, espero eu, espero que morra, mas que morra por substituição a uma outra pessoa renovada, com a mesma força de amar, com a mesma força de viver, de escrever, de querer te ter, mas sem os problemas da compreensão…
Chamei-lhe suicida, mas deveria chamar “vítima de homicídio não cometido”, pois prefiro que essa pessoa desapareça vítima de assassinato em vez de suicídio, ou seja, que seja alguém a matar a solidão que existe dentro dela, do que a solidão a matá-la...
Espero que me tenham entendido, caso contrário – faço um desenho :)
xpto
terça-feira, agosto 22, 2006
A minha forma de te ter
Ter-te, sentir-te, ver-te
Enfim, tudo o que sempre quis
Amar-te
Comecei por te procurar
Passei por te desejar
E acabei por não te encontrar
Sempre sem te ter
Sentindo o teu toque, o teu cheiro
Sentindo o teu poder
Que tens sobre mim
Era capaz de dizer não a tudo
Excepto se me dissesses para dizer sim
E no fim não te encontrei
Mas quando acordei senti
Que te tive, vi, senti e amei
Será este o meu fado
Ter-te, sentir-te, ver-te e amar-te
Sem nunca te ter a meu lado
Não peço o teu coração
Peço-te apenas carinho, amizade
E um pouco da tua atenção
Eu escrevo, falo e invento
Sem nunca ouvir de ti
Uma palavra, um sentimento
Se gostas do que faço por ti
Daquilo que sinto, que mostro
Disto que ainda agora escrevi.
22 de Agosto de 2006
sábado, agosto 19, 2006
Porque escrevo
Mais uma vez estou só
Estou sem nada para fazer
Não sei se hei-de sair
Ou ficar aqui a escrever
Sinto-me capaz de escrever
Durante dias seguidos
Sem sequer pensar em ti
Ou nos teus lindos sorrisos
Porém quando escrevo
Não o faço por mim
Se calhar faço-o por ti
Na esperança de ouvir um sim
Então como posso eu dizer
Que não penso em ti
Será porque sinto
Tudo aquilo que já sofri
Talvez, não sei!
Só sei que escrever
Me deu um novo ânimo
De pensar... de viver
Sinto-me jovem outra vez
Com força para tudo curtir
Com vontade de não parar
Com vontade de sorrir
Por isso quero agradecer-te
Todo este novo alento
Esperando que para ti
Nunca seja eu tormento
19 de Agosto de 2006
Sono
Hoje tentei adormecer
Sem me lembrar de ti
Senti-me esmorecer
E por fim adormeci
Acordei sobressaltado
Pensava eu, dias depois
Olhei para o lado
E minutos... foram dois
Procurei-te ali perto
Ainda de luz apagada
Estavas em lugar incerto
Sem dizer nada
Voltei a tentar adormecer
Dei uma volta e sorri
Sei que é forte o meu querer
Mas já me havia lembrado de ti
19 de Agosto de 2006
quinta-feira, agosto 17, 2006
Palavras
O próximo foi escrito numa esplanada de um bar em Barcelos.
Estava uma noite triste, sentia-me só e procurei nas letras, como sempre, o aconchego…
Se encontrei? Isso já são mais quinhentos...
Noite, escuridão, solidão.
Palavras com sentido diferente
Mas direcção igual.
Amor, loucura, paixão.
Palavras com sentido igual
Mas direcção diferente.
Sinto-me sem sentido nem direcção
Por vezes dou por mim aqui...
Onde?
Num sitio
Onde o Amor e a solidão
Têm o mesmo significado
Onde a noite e a paixão se juntam
Para me dizer que sou
Apenas loucura e escuridão.
28 de Maio de 2006
Mar e Sal
Como sei que também gostas
Hoje fui passear para o mar
Tinha saudades de ti
E precisava de pensar
Precisava de pensar
E pensar bem fundo
Se era por ti que me estava a apaixonar
Ou apenas pelo teu mundo
Nunca entendi muito bem
O que me está a acontecer
No início, só me fizeste bem
Mas agora estou a adoecer
Procurei a cura para mim
Dentro da água
Precisa de procurar a paz
Que me acalmasse esta mágoa
Nadei, nadei, nadei
Nadei até me sentir mal
E depois fiquei feliz
Pois a água sabia a ti
A água sabia a sal
17 de Agosto de 2006
quinta-feira, agosto 10, 2006
Fito
Depois de ter criado o blog e de ter efectuado as minhas primeiros tentativas, todos com o mesmo propósito, o meu condimento, decidi dizer mais qualquer coisa.
Condimento - parte 3
Só mais um...
Parque dos poetas! :)
Engraçado não e!
Eu e que deveria estar ai,
No meu parque, a pensar
E a escrever para ti.
Foste a minha procura?
Foi pena não me teres encontrado,
Era capaz de fazer de ti um poema
E falar-te do meu triste fado.
O fado de não te ouvir,
De não te ter,
De não te sentir...
O fado de não te ver.
Se um dia lá voltares
Chama bem alto por mim,
Pode ser que eu lá esteja
E que escreva algo assim:
08 de Agosto de 2006
Condimento - parte 2
Se um dia alguém te disser
Que o sol não esta brilhar,
Ou se alguém te disser
Que não existe luar
Quero que saibas que a culpa é tua,
Que o teu sorriso e o culpado.
Pois eu se fosse a lua ou o sol
Também me sentia envergonhado
Tinha vergonha de o meu brilho
Não ser tão intenso como teu
E queria fazer parte de ti
Para que esse brilho fosse meu
Condimento - Parte 1
Estou triste...
Por haver cegos
Que não consigam ver
Toda a beleza desta foto.
Estou triste...
Por haver paralíticos
Que não te consigam
seguir.
Estou triste...
Por haver surdos
Que não consigam
Ouvir a tua voz.
Estou triste...
Por haver mudos
Que não consigam
Dizer o quão bela és.
Estou triste...
Por eu ser cego,
Ser surdo,
Ser paralítico
E por eu ser mudo.
Mas mais triste estou,
Por tu não quereres que eu veja,
Que eu ande,
Que eu fale e que eu ouça.